Meus Canais

Minha vida Nômade






Peço perdão a minha mãe, mas, de Fato, me sinto mais em casa na casa da minha namorada, no Piauí. Mesmo assim não desfaço minhas malas que sempre estão prontas para a próxima viagem.


Nesses últimos dois anos viajei mais que qualquer outros anos da minha vida. Pra quem um dia só ouvia os irmãos mais velhos falarem sobre o Iguatu, quando iam com minha mãe, enquanto eu ficava com minha vô. Hoje me sinto um verdadeiro nômade. Não pelas sucessivas viagens, mas pelo fato de , há algum tempo, minhas malas estarem sempre prontas para a próxima. Mochila nas costas, violão, a tira colo, e mala no braço. 

Miro uma panorâmica no "meu quarto", aqui em Fortaleza, e vejo na maioria tudo que não me pertence. Assim como no Icó, embora minha mãe faz questão de dividir o leito dela comigo, mas prefiro acampar na varanda, onde o vento corre mais gostoso. Assim como na casa da minha namorada onde me cede seu quarto e mesmo assim, em todas as situações, Icó, Fortaleza, Piripiri, nunca desfaço as malas. Minha mãe ainda arrisca guardar algumas peças no guarda-roupa dela, mas não dura muito. 

No Icó, meu lugar na beliche virou um estante para minha coleção de violões, eu gosto mesmo é de uma rede na varanda e de acordar com os primeiros raios do Sol e com aquela brisa na cara. Mainha já deve ter se acostumado de ficar perguntando se já fiz as malas para viajar, ela já sabe que não tem muita coisa a fazer.

Em Fortaleza, "meu quarto", são dois ganchos (armadores) no escritório, onde armo minha rede boa. Pelo menos, talvez os donos da casa não saibam, mas aqui é o único cômodo com janela virada para o Sudeste, ou seja, vento primeiro passa por mim. Rrsr... 

Em Piripiri, no Piauí, me sinto mais acolhido por ter sempre uma cama pronta, me esperando, com aquele cheirinho que você fica, nos dois últimos meses, "nostalgiando", catando no ar. Meio estranho por ser um quarto feminino, mas depois que um dia minha mãe resolveu pintar toda nossa casa de rosa, inclusive nosso quarto.. rsrsrsr. A gente foi aprendendo que, "a pinta não cai", se varrer a casa, se lavar os pratos, se passar o pano, e também se o quarto for da cor rosa. E foi essa a mesma desculpa que dei pra ela (minha mãe) quando resolvi furar minhas orelhas aos 15 anos.

Essa vida de nômade é a que estou escolhendo para os "Meus 20 anos de boy. That's over, baby!"; Para visitar Minha Família, para aprender Arquitetura, para visitar Meu Amor, para Tocar e Cantar . A estrada vai continuar sendo o meu quarto, minhas malas, tudo que eu tenho e minha rede, o meu acampamento.  

Vida de cigano não, pois um dia eu volto. Vou, mas volto. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário